Mais de 100 camiões atendem escassez de combustíveis

A falta de diálogo e comunicação entre a Sonangol e as diferentes instituições do Estado contribuiu negativamente no processo de importação de combustíveis, levando à escassez do produto no país, de acordo as conclusões do encontro para o qual o Presidente da República, João Lourenço, convocou ontem os responsáveis do universo de aquisição de derivados de petróleo.



Uma nota da Casa Civil do Presidente da República enviada ao Jornal de Angola declara que a reunião em que esta conclusão foi produzida, procurava uma resposta rápida para a situação de escassez que se está a viver no país desde há alguns dias.
O Presidente da República orientou a tomada de medidas e mobilização de todos os recursos necessários para a completa estabilização do mercado de abastecimento dos combustíveis nos próximos dias, de acordo com documento.
A reunião de ontem foi agendada na segunda-feira, num encontro para o qual João Lourenço convocou os ministros dos Recursos Minerais e Petróleos, Energia e Águas e Finanças, bem como o governador do BNA e o PCA da Sonangol, Diamantino Azevedo, João Baptista Borges, Archer Mangueira, José de Lima Massano e Carlos Saturnino.
Nesse encontro, o Chefe de Estado solicitou que lhe fosse entregue, na manhã de ontem, um relatório detalhado sobre a falta de combustíveis que se regista no país, com a vista a rápida regularização do fornecimento. 
Ontem, os desenvolvimentos em torno da escassez de combustíveis parecem ter evoluído para a regularização da oferta, de acordo com números divulgados pela Angop a darem conta que pelo menos 103 camiões de combustíveis foram abastecidos das 00h00 às 13h00 na base dos Serviços Logísticos Integrados da Sonangol (Sonils), para atenuar a crise do produto que se regista desde sábado, em Luanda.
Segundo uma fonte da Sonils, só no ponto da Boavista 1 estavam em serviço duas ilhas de enchimento com 14 pontos de abastecimento, com capacidade de mil litros por minuto cada.
A fonte explicou que, neste período, foram abastecidos 66 camiões de gasóleo e 37 de gasolina, cujas capacidades rondam os 35 mil litros.
Para o abastecimento dos camiões, a Sonangol está a usar os pontos do Terminal Marítimo de Luanda “São Pedro da Barra” e da Boavista (1 e 5).
Na segunda-feira, o Jornal Angola soube que dois navios cargueiros atracados na Base da Sonils tinham transportado combustível “suficiente para o consumo de um mês”, a medida prevista nos procedimentos normais de importação.
As explicações iniciais para a falta de combustíveis foram divulgadas pela Sonangol na noite de sábado, quando em comunicado de imprensa, a companhia petrolífera evocou “dificuldades no acesso a divisas para a cobertura dos custos para a importação de refinados”.
O documento também aludia a uma pesada dívida contraída por clientes do segmento industrial, que representam 40 por cento consumo, um problema que representa a indisponibilidade, na companhia, do contravalor para o pagamento das divisas no sistema bancário.
Angola importa 80 por cento do combustível que consome, algo no que a Sonangol empregou 221,4 milhões de dólares no primeiro trimestre, representando 397 458 toneladas métricas.

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